domingo, 20 de maio de 2007

X-TEMA -> Hospital...


Era cedinho.
Levanto-me eu para ir às consultas externas do Hospital de São Teotónio, Viseu (coisa de pobre). Devido à rebeldia do meu pé, coleccionador de entorses e roturas, tive que me submeter a esta experiência, no mínimo gratificante!
Era terça-feira, e algo de estranho se passava, o hall das marcações não estava lotado, e "apenas" esperei meia-hora para entrar na sala de espera do serviço de ortopedia...
Uma vez lá dentro, vejo que tenho lugar sentado.. estranho novamente. Às 09:15h a sala está semi-lotada e silenciosa... muito estranho mesmo!
Eis que me ocorre: era terça-feira, logo, dia de feira na cidade, logo os idosos ainda andavam por lá a comprar os seus peúgos e centos de couves.
Depois de falar com a senhora das marcações para me efectuar a alteração do motivo da consulta (que por gentileza e erro deles me foi feita para um joelho quando era para um pé), sento-me então já num cantinho apertado...
Eis que a revolução começa!
Com o passar dos minutos, a terceira classe começa a aderir massivamente ao serviço como se fosse uma daquelas excurssões de autocarro. Entra uma senhora no serviço com a mesma determinação como se fosse buscar o seu marido bêbado a um tasco lá perto de casa e instalou um medo que não julguei ter em mim. Ela olha na minha direcção, vai soltando umas palavras consigo própria, e, com a mesma determinação da sua entrada fulgurante, decide então dirigir-se ao que analisou ser um lugar sentado do meu lado, quando no entanto seria apenas meio. Chegada à minha proximidade, arrebata-me para o lado com toda a imponência da sua nádega direita!
Era só o começo..
O diálogo consigo mesma ganha um novo fôlego e faz-me refém dos seus sons e movimentos dignos de uma boa cena de exorcismo. Quando decide interromper essa sua dissertação de uma mente atribulada e penso ter enfim sossego, eis que olha para mim e enquanto me espeta no ombro por várias vezes consecutivas o dedo indicador, ordena-me muito rapidamente: "abre a janela", e eu tento safar-me dizendo: "não se pode, eles não deixam!", ela volta a repetir a frase ainda mais rápido, com a respectiva maior intensidade do dedo indicador no meu ombro : "abre a janela", eu passo a ignorar. Insatisfeita e com um tom de voz do mesmo calibre da buzina da Family Frost passa a partir daí a proferir com a mesma regularidade com que morrem gajos lá no Iraque: "É que está calor aqui..." até decidir por ela mesmo tentar abrir a janela. No regresso da sua tentativa frustrada volta a arrebatar-me contra a bengala do lado.
Passados muitos minutos, sons e cheiros, sou chamado para a porta do consultório e, aguardando novamente a minha vez agora em pé, sou abordado por um senhor acabado de sair do consultório ao lado, que, cambaleando e com a mesma sabedoria de quem passou uma vida enclausurado no Tibete decide dirigir-me as seguintes palavras: "Ó rapaz, não te deixes ficar assim como eu, porque eu já fui assim rijo como tu, trata-te e poupa-te agora enquanto és novo!!!" que eu gentilmente retribuí com um "obrigado...".
Aquela figura manca com boné à taxista ganhou nesse preciso momento o seu lugar eterno no meu livro de ensinamentos e terá, por ventura, marcado um ponto de viragem na minha forma de ver a vida! Ou então não.
Posto isto e mais umas boas dezenas de minutos, sou chamado para a consulta onde o médico me pergunta: "então o que se passa com esse joelhinho?". Nesse momento imaginei o tão descompressor que seria enfiar-lhe duas chapadas seguido da senhora das marcações. Acabo por sair com aquela sensação de revolta de quem paga por um hamburger do Macdonald's que na foto era três vezes maior...
Minutos mais tarde tenho que voltar ao médico para corrigir a marcação de um exame (nada de novo...) mas pufffff..... desapareceu! Os outros médicos da sua equipa perguntavam por ele, enfermeiras perguntavam por ele, auxiliares perguntavam por ele, pacientes perguntavam por ele, e pior, eu tinha que estar à espera da figurinha porque nenhuma alma viva sabia dele no seu horário de expediente!!! Achou por bem regressar após 45 minutos (também, o que é isso numa manhã inteira de espera?!) e sem qualquer justificação do desaparecimento, continuou a sua saga de reencaminhamentos de pacientes para o seu consultório privado.
Sem dúvida, foi uma manhã melhor que ir ao circo!
Sinceramente, acho que prefiro morrer da doença do que da cura!

1 comentário:

Anónimo disse...

primeiro deixa k te diga k tens um pe munto bem parecido... Agora k ja passei um bucadito de graxa deixa k te diga uma outra coisita........... nao tens mulher??? k andas a fazer a frente de um pc as 0.30 ???
:) eheh!!! Porke e k axas k o hospital tem esse nome ? E mm preciso paciencia de santo para aturar o k s la passa... :):):):)