TV, SALAZAR & COCA-COLA, uma mistura perigosa...

A Televisão tornou-se um monstro!

Nas muito raras vezes em que me entreguei recentemente a essa futilidade e desperdício de tempo que é imobilizar-me no sofá e ficar ali especado a olhar para essa caixinha de influências a que chamam televisão, dei-me conta que nada mudou. ou aliás, tudo está pior...

Lembro-me que a minha atitude de não ver televisão se baseou numa palavra que nos entra casa dentro a toda a hora: tele-novelas! E elas prosperam, é o irmão que arruma na irmã, é o desaparecido que volta, é o pessoal "bué fixe, ya man, tá-se bem, bora bazar" e os milhões de casos do amor. O Amorrrr....

Mas pior, passou aquele programinho nessa estação de tv que mais parece o extinto(?) jornal "o Incrível!" que se dava pelo nome de "A Bela e o Mestre".

Pára tudo! Ok sim senhor, o português é burro que se farta e o que mais aprecia é meter-se na vida dos outros e tudo aquilo que não implique pôr massa cinzenta a trabalhar, mas não saber quem é Fidel Castro??!! E outros que tais?!

Das duas uma, ou as meninas (aqueles aviões desprovidos de cérebro) são mesmo candidatas a fuzilamento em série por burrice extrema, ou então são mesmo muito bem pagas (mais do que nos seus normais "serviços de acompanhamento") para fazer tal figurinha de ursas!

Mas como se não bastasse e para adicionar ao grupo de factores que eu tanto gosto na tv actual, temos os anúncios nos intervalos de meia-hora. E entre os muitos pedaços de publicidade aparece sempre o habitual, Coca-Cola. O anúncio até que é da mesma qualidade a que a marca já nos habituou, mas (e não sei se ainda se lembram) Coca-Cola com sardinhas??!! Tudo bem que até estamos no país da sardinha, mas não é uma combinação assim um bocado estranha?... Ligações perigosas...

Isto levou-me a um raciocínio:

Afinal esse "senhor" a quem chamaram Salazar, talvez nem fosse assim tão apanhado do cérebro, as suas ideias de manter a Coca-Cola afastada do país ganham agora uma nova luz para a sua explicação! Sendo nós o povo da sardinha, era óbvio que a Coca-Cola não tinha espaço no nosso país, pois claramente não seriam a melhor combinação para além do que, como visto, o refrigerante arruinaria uma imagem tão conceituada como a da sardinha portuguesa, ela própria um baluarte nacional.

E, meus senhores e minhas senhoras, esta foi a causa de morte do recém eleito PORTUGUÊS Nº1, António de Oliveira Salazar! Não, não caiu de uma cadeira como tanto nos fizeram crer. Quero acreditar que o indivíduo que ganha o prémio de maior dos portugueses morreu pela Pátria e não a cair para o lado sentadinho numa cadeira. Quero acreditar que terá talvez morrido na fronteira de Vilar Formoso, pelo Pôr-do-Sol e ao volante de um camião de sardinhas levado em contra-mão contra um outro de Coca-Cola que conseguiria romper a fronteira e entrar no país, e qual Justiceiro das terras lusitanas e sentindo-se na pele (na escama) da mais valente das sardinhas, terá proferido as suas últimas palavras: "este País é pequeno demais para vós..." e provando com a própria vida que a Coca-Cola realmente pode cair muito mal...