terça-feira, 20 de novembro de 2007

Vivemos numa época sem rosto, ou aliás, sem rostos. O ser humano perdeu a sua identidade e a sua relevância perante o virtual e imaterial, as relações pessoais deram lugar à mera egoísta satisfação pessoal em desprimor e desprezo das relações entre nós, pessoas.
E eu tenho saudades!
Tenho saudades porque ainda sou do tempo em que chegar a casa à noite todo suado e cheio de terra por jogar à bola com os amigos era bem mais divertido que uma tarde de Playstation (lá está: "Playstation, Pop Rock in the Nation & Pornication") e por uma outra resma de lembranças reais e não virtuais, a minha mente inunda-se de nostalgia!
Ainda sou do tempo em que uma palavra contra alguém mais velho dava direito a um chapadão sem qualquer pestanejar, e agora vejo putos que quase ainda não sabem mamar que desrespeitam e só não batem os velhos porque não podem! (quando não podem);
Ainda sou do tempo em que bué não era palavra e o "muito" chegava tão bem. Quando a nossa Língua Mãe (e Mãe merece respeito) anda tratada a pontapé, a nação não pode andar muito melhor... mas de maneiras que prontos;
Ainda sou do tempo em que era um luxo ter um leitor de VHS (vídeo) ou de cassetes audio e não se tinha um DVD por cada televisão na casa (que na altura se fosse uma já era muito bom!);
Ainda sou do tempo em que filmes bons eram os 300 filmes do Rambo e do Rocky Balboa e do Exterminador Implacável em que o único efeito especial era mesmo o sangue a jorrar-lhes das queixadas!;
Ainda sou do tempo em que ia para a escola a roer castanhas enquanto agora se vai fumar umas ganzas. Não admira que apareçam agora tantos sobredotados, com tanta droga naqueles cornos o pensamento tem mesmo que ser anormal para a idade!;
Ainda sou do tempo do Tom Sawyer, em que os desenhos animados na TV tinham violência sim senhora, mas violência saudavél, e não se incentivava a compra desses bonecos de 50€ que são cada vez mais Gay;
Ainda sou do tempo dos bons anúncios da TV em que para isso ainda não era obrigatório meterem gaijas semi-nuas (não que eu vá contra), mas quem não se lembra do anúncio da vodka em que os gaijos galopavam palácio dentro e diziam anquele inglês em tom de russo:
"- We are the people's army, all members of aristocracy are to be arrested!!"
"- But camarad, we are people's army too!"
"- Do you expect i believe it?! Take'm away!"
ou então dos poderosos primeiros dos William Lawson's (ver aqui os actuais) ;
Ainda sou do tempo das pastilhas Gorila que rebentavam na cara, descolavam e bota pra dentro outra vez, até que em 10minutos ficavam rijas que nem granito beirão e se deslocavam queixadas so para as não deitar fora;
Ainda sou do tempo do dinheiro (sim, porque isto do euro não é dinheiro), e ao escudo se chamavam "paus". 500 paus já davam para umas boas copázias na altura, agora 5€ nem para molhar a garganta...
Sim, ainda sou desse tempo, e não, ainda não tenho um quarto de século.
Admiro o passado, espanto-me com o presente e temo pelo futuro...
Porque o mundo fez-se e faz-se de Homens e estamos a produzir garotos em série.
O Mundo tem mesmo que acabar, mas não adiantemos tanto a coisa...

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