segunda-feira, 30 de abril de 2007

O MEU DIA!!!

Diz que foi o dia do trabalhador, logo, o meu dia.
Trabalho... e haverá conceito mais estúpido?
Esta realidade bateu-me de repente no cérebro com a mesma intensidade de quem bate às portas da Sé para acordar o Bispo adormecido na sacristia. A palavra já soa mal só por si mesma, mas, se a analisarmos bem, sem muita dificuldade nos apercebemos que nós, a raça trabalhadora, somos uma cambada de bestas!
Imagino como isto tudo começou.... lá no início da Criação, o Adão era Patrão de certeza! Ou no mínimo Encarregado! Estava criado, ora pois muito bem, mas já tinha o pó todo da Criação para limpar, e ele sozinho não conseguia dar de comer aos animais todos, os macacos também não eram lá muito bem mandados e como tal, conversa puxa conversa e lá acabou por pedir a Deus a Mulher(-a-dias) e só mais tarde a promoveu a Mulher. Então começou por pagar à Eva com filhos o cultivo dos pomares de onde tirou maças conceituadas, e aos progenitores já lhes pagava (sim, porque na altura o dinheiro nascia nas árvores mais altas) por cortarem a relva lá do Paraíso que aquilo só para um homem sem uma costela não era fácil... Assim ficou o Homem condenado e destinado a levar com patrões até ao fim dos tempos!
Senão vejamos:
Nascemos, estamos ali uns tempos só a mamar e dormir, e isto assim não se pode pedir melhor... até ao dia em que temos que ir para a escola. Logo aí a coisa já descamba um bocadinho, mas dá para compensar todos os anos perdidos a ouvir professores que não merecem menos do que cair-lhes em cima um camião de bigornas e pastéis de nata, com a gloriosa inclusão nesse Éden masculino que é o universo hormonal feminino.
Assim passamos os anos dourados das nossas vidas e passado um nada já estamos a trabalhar...
Trabalhar...
Quer dizer que a partir desse momento passamos a sacrificar, oferecer, desperdiçar, esbanjar, e outros tantos sinónimos, cinco ou seis dias da nossa efémera semana para gozar um ou dois dias, sendo que normalmente já é mais descansar do cansaço dos outros... até que um dia estamos a segurar uma bengala e aí o máximo que podemos gozar é o prazer/privilégio de conseguir segurar a placa dentária, até que vamos servir de pitéu aos bichinhos da terra...
E isto não é estúpido?!
Não deveria ser o contrário?
Já alguém teve uma teoria em que defendia o sentido inverso para a vida, e tudo era tão melhor:
Ora apareceríamos neste mundo num caixão enfiado debaixo da terra, e viriam lá uns senhores todos de preto tirar-nos cá para fora; então aí estavamos logo prontinhos a gozar a reforma (nunca menos que vinte anos); finda a reforma estaríamos no direito de optar por trabalhar mas só os dois dias por semana por contraste aos outros cinco que seriam para gozar até fartar; quando se tornasse monótono lá iríamos estudar para aí uns quarenta anos; seguidamente passaríamos a loucura da adolescência e depois a infância que não seria mais que brincadeiras de Sol a Sol; voltaríamos a mamar até voltarmos para a barriga da mãe e acabava tudo num grande orgasmo!
Agora vou dormir, amanhã trabalha-se...

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